domingo, 9 de novembro de 2008

Nouveau Parti Anticapitaliste

No dia 6 de Novembro deu-se o primeiro "meeting" do Nouveau Parti Anticapitaliste (NPA), em Paris.
O evento foi no Theatre da Maison de Mutualité, lugar mítico, por mais não seja por ter sido o último palco de Jacques Brel!



















Posso vos garantir que a sala estava a abarrotar, e leva cerca de 2000 pessoas. Um ambiente efervescente, caras de esperança, gente nova e gente velha...um verdadeiro "começar de novo".





Para quem não sabe, o NPA, cuja fundação oficial será em Fevereiro de 2009, é um movimento que surge dum apelo da LCR e, particularmente, do Olivier Besancenot a tod@s aqueles que face às actuais e várias crises sintam que chegou o momento de "mudar de escala", e de intensificar a luta contra o capitalismo, propondo para isso a criação do novo partido.



















Dos vários comités locais, que desde há algum tempo têm vindo a promover reuniões no sentido de dar a conhecer este novo movimento, já chegaram 11 mil pedidos de adesão ao NPA.
Houve 5 intervenções. Começou pela responsável pelo Comité NPA da Universidade de Nanterre, que é a minha....uma militante toda maluca, a dizer imensos palavrões, mas com garra e conteúdo, honra lhe seja feita. Seguiu-se um trabalhador duma fábrica de Normandie, membro da CGT, também bastante eufórico.
A seguir duas intervenções muito interessantes, de dois trabalhadores sans-papiers de duas empresas, ambas em greve, uma desde abril e outra desde maio deste ano. Presenças muitíssimo aplaudidas, já que a luta em defesa dos sans-papiers, os "indocumentados", é uma luta levada muito a sério em França.














Terminou com uma intervenção de cerca de 1 hora do porta-voz da LCR, Olivier Besancenot. Bem, que é que vos posso dizer? Que a extrema-esquerda em França, e porque não na Europa, não podia estar melhor entregue. Durante a hora em que falou, começou no Obama, apelando a que não sejamos sectários no reconhecimento do que é o Barack Obama ganhar a Casa Branca, mas que não sejamos naïfs em aceditar que o Partido Democrata tenha agora um projecto político de esquerda...pessoalmente não estou de acordo com esta observação mas enfim...
Depois, descorreu sobre a Crise.
Embora tenha que ter em conta a minha tenra idade, não me lembro de ver na minha experiência política, uma análise marxista da situação actual do Capitalismo, do que isto significa para os capitalistas, de como funciona o mercado, bem como dos seus mecanismos de "auto-regulação", da qualidade da que ele fez. De forma simples e clara, mas simultâneamente profunda e entusiasmante, ele conseguiu expôr as razões tão óbvias da crise actual, bem como as razões não menos óbvias da necessidade dum movimento de esquerda, realmente alargado, mas não da esquerda do "parti socialiste", mas da esquerda anticapitalista e que se reivindique como tal.
Eu saí de lá galvanizada, bem como a minha mãe e a Mariana, as minhas camaradas de serviço:














A avaliar pela força da Internacional, cantada a uma só voz, por tod@s @s presentes no passado sábado, e eu cá acho que esse deve ser um sinal a ter em conta pois a música faz milagres, Fevereiro de 2009 há-de ser um momento histórico para a Esquerda Anticapitalista no Mundo.
Cá estarei para o viver!

Um comentário:

Francisco disse...

Grande Espírito Amor! Adorei o teu post, espero que por cá consigamos ter pelo menos parte desse entusiasmo. Beijos Mil e até Já!