Paris Nord - Bruxelles Midi
Confesso que achei que ia flutuar, que ia sentir uma cena mesmo especial a andar de TGV. Mas para vos ser sincera, não me pareceu diferente do Alfa. Mas vá, demorei apenas 1h22 minutos! E sim, é aí que está a diferença.
Foi bom regressar a Bruxelas.
É muito diferente o meu olhar aos 19 anos, chegada a Bruxelas para ir estudar Medicina indefinidamente, do meu olhar de agora.
Bruxelas ganhou outra cor, outra vida, outras pessoas...outra Grand Place:
Eu abandonei o curso de Medicina já no final do segundo semestre. Estava bastante frustrada com tudo. Com o curso, com a cidade, com a ideia de infinitude que pairava sobre a minha vida nessa altura.
Hoje em dia, que grande diferença! Recomendo Bruxelas a toda a gente com quem falo.
É uma cidade que não se descobre num determinado periodo. Vai-se descobrindo, a cada dia, a cada estação do ano. Bruxelas não é evidente, e isso fez com que eu me apaixonasse por ela, sem ainda ser igualmente evidente para mim essa paixão. Hoje é. E este fim de semana, ela apanhou-me a jeito.
Adoro esta cultura underground que existe em Bruxelas (cujo café Che Guevara não é propriamente o expoente máximo, mas não resisti!), inúmeras lojas de affiches politiques, inúmeras exposições, festivais de cinema (Festival de Cinema Attac: http://bxl.attac.be/spip/spip.php?article1001), debates....não tem fim, mesmo!
Festival MODO (de jovens estilistas belgas):
É verdade que hoje em dia tenho laços afectivos com Bruxelas, que antes não tinha.
Ou pelo menos, não tão fortes.
A minha amiga Catherine, que me acolheu tão bem na sua casa, é o melhor exemplo:
Mas não podia deixar de parte, a minha Galerie du Roi, onde passei momentos solitários mas inesqueciveis: desde conhecer a melhor livraria do (meu) mundo, Tropismes, passando pelas minhas idas ao Cinema Arenberg e acabando nos cafés que tomei por 2,50€ para poder saborear a mousse de chocolate que o acompanhava, com o maior dos requintes.
Ela é mais ou menos assim, mas não lhe fiz justiça:
Desculpem-me aquelas e aqueles a quem prometi uma viagem a Paris, e que não esperavam fazer escala em Bruxelas!
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2 comentários:
Margarida! Quando se escreve com a alma, o coração, tudo parece feito no céu.
O teu post comoveu-me! Tanto mais que é assim, sempre assim, que eu senti Bruxelas! É por tudo o que escreveste, e algo mais,que eu gosto tanto daquela cidade. O meu pai, o teu avô, tinha uma paixão pela Bélgica que só tarde compreendi.
Gostei muito!
Beijinhos
Mãe
Oh Mãe....quando escevi isto pensei no prazer que sempre sentias quando vinhas ter comigo a Bruxelas. Obrigada pelo comentário :)
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